O sono é uma função cerebral essencial à vida, como
reparador contra o estresse humano.
O padrão de sono é alterado no decorrer da vida. Recém-nascidos podem
passar mais de 16 horas por dia dormindo, porém com sono intermitente e
despertares nesse período. Em contrapartida, adultos apresentam um maior sono
noturno, não acompanhado, na maioria dos casos, de cochilos durante o dia. Já
as pessoas idosas possuem um padrão de sono fragmentado, onde grande parte do
tempo é gasta na cama, porém com menos horas de sono. Com o envelhecimento, os
indivíduos ficam mais suscetíveis às desordens do sono, sendo as mais
frequentes: o ronco e a síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono
(SAHOS).
O ronco é produzido pela vibração dos tecidos da garganta flácida
durante a passagem do ar na função respiratória. A incidência desse distúrbio é
mais frequente entre os homens e é crescente até a sexta década de vida.
Síndrome da apneia obstrutiva do sono
(SAOS) é o distúrbio respiratório do sono caracterizado por episódios
recorrentes de obstrução das vias aéreas superiores durante o sono pelo colapso
da Faringe (garganta).
Meio de Dignóstico: Para se alcançar um diagnóstico preciso é fundamental a
coleta de dados por meio da história clínica, do exame físico e realização de
exames laboratoriais (polissonografia).
Sono não-restaurador, sonolência
diurna, fadiga, noctúria, alterações no desempenho cognitivo, irritabilidade,
dores de cabeça matinais e movimentos anormais do corpo durante o sono são
sinais e sintomas fundamentais para realização do diagnóstico diferencial da SAHOS. Em
casos de dúvida, deve-se questionar os familiares dos portadores sobre os números
de apneias por noite, se existem períodos de ronco interrompidos por relativo
silêncio e terminados pelo retorno do ronco – ou, ainda, reclamações do
paciente sobre acordar ofegante ou com a sensação de choque ou sufocamento.
Ainda que seja evidenciada clinicamente a presença da SAHOS, sua
confirmação diagnóstica só é realizada através da polissonografia.
CPAP ou AIO (aparelho intra oral):
Comparando as formas mais tradicionais
de tratamento entre CPAP ou AIO na escolha, devemos considerar:
CPAP(pressão positiva e contínua nas vias aéreas superiores)
Está indicado para indivíduos com SAOS
moderada e grave.
Vantagem:
1-
É o mais eficiente
Desvantagens:
1- Alto custo
2- Ligado na energia elétrica
3- Faz barulho
4- Pouca adesão do paciente
5- Difícil de transportar
6- Sensação de claustrofobia, aerofagia, congestão nasal, pânico, úlceras
na pele.
AIOs( Aparelhos Intra Orais)
São indicados para SAOS leve, moderada
e grave. Promovem um aumento das vias aéreas, favorecendo,
assim, uma maior passagem de ar.
Vantagens:
1- Reduz o ronco e apneia do sono
2- Baixo custo
3- Cabe na palma da mão
4- Não precisa de energia elétrica
5- Fácil de transportar
6- Não faz barulho
7- Alta adesão em longo prazo
Desvantagens:
1- Menos eficiente que o CPAP
2- Pode produzir alterações dentárias ou dores na
ATM
Pesquisas de evidência I revelam que
embora o CPAP seja eleito como tratamento padrão ouro na medicina do sono, mas
tem como principais causas da não adesão a esse tratamento a claustrofobia e o
desconforto facial causado pela máscara. Já os AIOs possuem maior adesão do
paciente em longo prazo de tratamento, pelo conforto e excelentes resultados na
redução do ronco, apneia do sono, dessaturação da oxi-hemoglobina, e melhoria
percebida na qualidade de vida. Fator de primordial importância ao tratamento.
Entre as principais causas da não adesão do CPAP a esse tratamento estão
a claustrofobia e o desconforto facial causado pela máscara facial.
CONCLUSÕES
Após a avaliação dos trabalhos de revisão sistemática, pode-se afirmar
que os aparelhos de avanço mandibular (AIOs) promoveram:
- Redução da sonolência diurna.
- Redução dos episódios de apneia e hipopneia.
- Elevação da concentração do oxigênio arterial.
- Redução na frequência e intensidade do ronco, sendo mais
significativo em pacientes com ronco primário não associado à SAHOS.
- Melhora na qualidade do sono dos portadores do ronco e da SAHOS,
assim como de seus parceiros.
- Boa tolerabilidade em virtude, principalmente, da redução dos
sintomas.
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